quinta-feira, 11 de junho de 2009

INVERNO


Inverno,
frio, vento,
Mesmo que estivesse no inferno,
estaria calor ao meu contento.

O frio dói em quem não tem onde dormir,
E você em sua cama a sorrir.
SEm pensar que lá fora alguém chora,
e por um pano velho implora.

E o vento continua a bater,
E o frio continua a chegar,
Lá fora um homem a gemer
esperando o frio passar.

E se esse homem morrer?
De frio de fome e de dor.
Ninguém o irá socorrer,
Nem para a morte ele tem valor.

Mas, se um dia o homem acordar,
Do sono que dorme a anos,
poderá, quem sabe partilhar,
E causar ao mundo menos danos.

Inverno,
Mas não só frio e dor,
aqui já é um inferno,
A desgraça não é um horror.

Marcos Tomaz.
20/08/1984.

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