quinta-feira, 27 de maio de 2021

 

QUERO ANDAR NA CIDADE

 

Quero andar na cidade

Percorrer as ruas, vielas, praças e alamedas.

Sentir a brisa da noite, olhar as suas luzes

Luzes estas que me se tornam amiúde

Se tornam com o passar do tempo em labaredas.

 

Quero andar na cidade,

Me misturar aos loucos e moribundos

Andar de mãos dadas entre dois mundos

Os puros, insanos, loucos ou vagabundos,

Ou os claramente porcos e imundos.

 

Quero andar na cidade,

E abraçar a minha amada olhando o vale

Nem que o tempo perdido me cale

Antes, depois ou em qualquer idade.

Viver em meio à saudosa tranquilidade.

 

Quero andar na cidade,

Mesmo que o cheiro fétido da própria humanidade

Que se calam perante a tanta perplexidade

Misturando a pureza com maldade

E nas ruas tantas crueldade

 

Quero andar na cidade,

Sem sentir qualquer remorso

Medo, ou peso no meu dorso

Saber que a cidade é minha

É sua, com paz e não como uma rinha.

Quero andar na cidade,

De dia, de noite, matar a saudade.

Dos bares, das serestas, da futilidade,

Das festas que foram de todas as idades,

Do amanhecer trazendo a claridade

 

Neste momento de incerteza

Quero ver toda a beleza

Do lixo , do luxo, da riqueza

Contrastando com a sutil avareza

Só quero andar na cidade.

 

Marcos Tomaz

16/05/2021 – 01,14