QUERO ANDAR NA CIDADE
Quero andar na cidade
Percorrer as ruas, vielas, praças e alamedas.
Sentir a brisa da noite, olhar as suas luzes
Luzes estas que me se tornam amiúde
Se tornam com o passar do tempo em labaredas.
Quero andar na cidade,
Me misturar aos loucos e moribundos
Andar de mãos dadas entre dois mundos
Os puros, insanos, loucos ou vagabundos,
Ou os claramente porcos e imundos.
Quero andar na cidade,
E abraçar a minha amada olhando o vale
Nem que o tempo perdido me cale
Antes, depois ou em qualquer idade.
Viver em meio à saudosa tranquilidade.
Quero andar na cidade,
Mesmo que o cheiro fétido da própria humanidade
Que se calam perante a tanta perplexidade
Misturando a pureza com maldade
E nas ruas tantas crueldade
Quero andar na cidade,
Sem sentir qualquer remorso
Medo, ou peso no meu dorso
Saber que a cidade é minha
É sua, com paz e não como uma rinha.
Quero andar na cidade,
De dia, de noite, matar a saudade.
Dos bares, das serestas, da futilidade,
Das festas que foram de todas as idades,
Do amanhecer trazendo a claridade
Neste momento de incerteza
Quero ver toda a beleza
Do lixo , do luxo, da riqueza
Contrastando com a sutil avareza
Só quero andar na cidade.
Marcos Tomaz
16/05/2021 – 01,14